CHUVA


Ao fim da tarde
As pingas  tocaram  a tua pele
acariciaram os teus cabelos
e transpiraram o teu corpo...
e o vento.. aquele suave vento
levou com ele o ridículo das coisas banais
e deixou-te no rosto um sorriso rasgado de criança
com  vontade de  chapinhar nas poças de água
e  tocar o arco iris... Como se todo o céu te pertencesse.
Entre as cores cinzentas de inverno
e o cheiro da terra molhada
descobres   melodias  e emoções
e encharcas-me nas gotas  que escorrem de ti.
E... esse cair da tarde
fez com que a noite deixasse de ser triste e absurda
porque te deixas-te embalar pela cadência dos sons
que te trouxeram de novo o prazer de sonhar.
E...  sem te aperceberes, aprendeste a gostar da chuva

António  Dimas